quinta-feira, 5 de novembro de 2009

INIMIGO PÚBLICO Nº 1 DA DITADURA MILITAR CARLOS MARIGHELLA É HOMENAGEADO COMO HERÓI.

(À esquerda túmulo de Marighella, desenhado por Oscar Niemeyer, em Salvador, onde está enterrado)


O baiano Marighella é homenageado como herói na Câmara de São Paulo
Haroldo Ceravolo SerezaDo UOL NotíciasEm São Paulo
Sentados um ao lado do outro, o chefe de gabinete do governador tucano José Serra, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), e o ex-presidente do PT José Dirceu. Mas a mesa da cerimônia que concedeu o título de cidadão paulistano a Carlos Marighella, na noite desta quarta-feira (4), contava com representantes de vários outros movimentos políticos e sociais.
O título é relevante menos pela pompa do que por significar uma mudança na forma como Marighella é compreendido pela cidade na qual foi morto, em 1969, numa ação policial - a responsabilidade do Estado por sua morte foi reconhecida em 1996 pela Comissão de Anistia do governo federal. Inimigo nº 1 do regime militar há 40 anos, o baiano Marighella recebeu tratamento de herói na sessão solene, depois que o decreto legislativo que lhe concedeu o título de cidadão paulistano foi aprovado sem resistência, por unanimidade, nas comissões e no plenário da casa. Pego de surpresa - o combinado era que não falasse -, o crítico literário Antonio Candido, 91, subiu à tribuna e discursou: "Marighella entrou para a história." Sua figura, avalia, desprendeu-se das posições que tomou durante sua militância. Para Candido, dessa forma, deixou de representar a liderança deste ou daquele grupo, para se tornar a imagem de "um brasileiro que transcendeu as contingências e é herói da nossa história". Marighella era o líder da Ação Libertadora Nacional quando, numa emboscada armada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, foi assassinado pelas forças policiais, em 4 de novembro de 1969. Aloysio Nunes Ferreira, que foi integrante do grupo, não falou durante a cerimônia, mas citou Antonio Candido, ao final do evento, para afirmar que Marighella simboliza a "rebelião contra a tirania".Carlos Marighella nasceu em Salvador (BA). Sua primeira prisão ocorreu em 1932, quando, militante do Partido Comunista, escreveu um poema com críticas ao interventor no Estado, Juracy Magalhães.
Site ligado a militar critica concessão do título
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Um comentário:

Prof Alfredo Carlos ! disse...

Colegas blogueiros,

Conheço de memória a belíssima história dessa herói Brasileiro, o Baiano Carlos Marighella. Filho de uma lavadeira baiana, cujo pai um marinheiro Americano desapareceu e nunca voltou para conhecê-lo.

Esse grande patriota, era de uma coragem sobrehumana, não tinha medo de nada, aliás como ele mesmo diz, não tive tempo de ter medo. Lutou bravamente contra a ditadura militar que se instalou no Brasil em 1964.

Marighella era da luta armada, não gostava de ficar esperando por bons tempos, era muito ativo e inteligente. Foi Deputado Federal em 1946, juntamente com Jorge Amado. Ajudou a invadir muitas cadeias no Brasil, para soltar companheiros presos.

Sua vida, sua luta, suas glórias, são hoje reconhecidas por todos. Em 1969, foi morto covardemente pela equipe do delegado criminoso, assassino, frio e miserável Fleury, que pelas costas com sua equipe, desferiu vários tiros contra um homem só. Não houve sequer tempo para sua defesa.

Tenho em meus arquivos, as fotos da época, foi algo muito terrível, um assassinato brutal e covarde, desses que envergonham o ser humano. Marighella, será lembrado sempre pelos homens de bem desse País.

Anos depois, o Delegado Sérgio Paranhos Fleury, morreu afogado em um rio, quando estava pescando, vejam que o destino também sabe agir. E, agiu com justiça!